DIÁRIO DO FREDERICO
Agora eu já tenho uma porção de palavras
novas. Cinco.
Ontem, antes de dormir, achei mais duas
palavras em meu dicionário: Estuário e Crápula. Estuário é uma palavra gostosa
de falar. Quando a gente começa e fala “Estu” é como um chiclete de bola que
arrebenta quando se fala “tuário”. É legal. O chato é que essa palavra não pode
ser muito usada e se a gente não usa bastante as palavras novas que aprende,
acaba esquecendo. Não posso dizer que minha escola é um estuário e nem meu
cachorro também. Não tem nada haver.
A palavra “crápula” é também gostosa de falar
e lembra o barulhinho de uma folha que se acabou de rasgar “crá” e depois
“pula”. Meu pai não sabia o que era estuário e achou legal minha explicação,
mal ele sabia o que era crápula e disse que conhecia uma porção de crápulas.
Falo que todo crápula merecia ser furado com uma faca ou com um tiro.
Eu não gosto do Alexandre e se ele vier outra
vez com a conversa de meu pai mexe com droga eu falo que ele é um crápula. Acho
que vou acabar esquecendo o estuário porque quase não acho motivo para falar,
mas crápula em vou falar muito.
Como meu pai.