DIÁRIO DO FREDERICO
16.07.2013. Itamambuca. (SP)
Meu nome é Frederico. Eu tenho oito anos e
meu pai fala que sou inteligente. Ele fala isso porque eu já sei escrever. Mas,
na minha classe outros sabem escrever e não são mais inteligentes.
Ele pensa que sou inteligente porque gosto de
palavras. Isso mesmo. Adoro descobrir palavras e por isso sempre leio o
dicionário. Tem duas palavras novas que aprendi ontem e que uso sempre e por
isso meu pai acha que sou inteligente. São duas palavras que achei no dicionário.
Uma é “imbecil”, outra “fabulosa”. Acho essas duas palavras bem legais.
Na minha escola a professora Fausta gosta de
elogiar a gente.
Marca o que está errado, mas sempre que
acertamos adora dizer que está lindo e que somos lindos. Fala isso até para o
Zequinha que eu não acho que é lindo. Quando escrevemos errado, ela não fica
brava e diz que errar é o melhor caminho para acertar. Outro dia ela falou que
a Luciana, que ainda não sabe escrever, vai aprender logo porque cada pessoa
tem seu tempo. Eu acho a Fausta uma pessoa fabulosa.
Minha mãe não gosta de elogiar. Gosta mesmo é
de dar bronca e dizer o que está errado. Tudo que a gente faz se ela gosta não
fala nada, mas se fala é para dizer que não está legal. Diz que uma boa mãe é
quem corrige tudo que a gente faz e que acertar é obrigação de quem quer ser
importante na vida. Outro dia me colocou meia hora de castigo trancado no
banheiro só porque não recolhi meu sapato que ficou na chuva. Eu não recolhi
porque eu tinha me esquecido. Eu gosto da minha mãe, mas eu acho que ela é um
pouquinho imbecil.
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