terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Cuidado! O nazismo pode estar voltando...


Nem todos os historiadores concordam que a humanidade está evoluindo quanto a seus procedimentos. Alguns chegam mesmo a mostrar pessimismo, lembrando que com as novas tecnologias o poder de extermínio multiplicou-se e que as forças militares, mais poderosas que nunca, podem aniquilar o planeta apenas com um sopro. Outros, ao contrário, preferem acreditar que tempos melhores virão e que as marcas horrendas da escravidão, do nazismo e dos genocídios programados constituem lembranças amargas, definitivamente sepultadas pela certeza de que com a dor, a humanidade aprende.

Não é fácil para um educador assumir posição restrita diante dessa polêmica. Em uma primeira análise, é possível crer que a evolução da tecnologia armamentista pode servir até mesmo de freio para o desastre de seu uso e que, efetivamente, a humanidade já não mais aceita que as cenas horrendas do nazismo, do preconceito e da perseguição racial irracional possam outra vez acontecer, pelo menos na parte do mundo um pouco mais iludida por sua condição cultural. Mas, será isso mesmo verdade? Será que outras formas de racismo e de preconceito não estão crescendo debaixo de nossos olhos, sem que possamos dar conta desse renascimento? Será que a “inocência” de nossa sala de aula não pode estar sendo fervida pelo caldo depredador de uma nova violência? Será que efetivamente não se assiste o fomentar de um novo nazismo, não necessariamente contra um grupo étnico, mas contra alguns excluídos que nem mesmo sabem porque o foram?

Para que se possa perceber o sentido dessas perguntas, convém fazer algumas observações sobre o espaço que fica além da sala de aula. Vamos, por exemplo, a uma arquibancada de um estádio de futebol. Será que as torcidas organizadas não buscam, menos o espetáculo esportivo e bem mais a violência gratuita contra outro grupo? Será que essa rivalidade é apenas porque se gosta de cores diferentes? Claro que são respostas negativas e que os professores não podem assumir postura de ingenuidade sobre o que todo dia ouve. Partidas de futebol entre duas grandes equipes de uma mesma cidade, nunca terminam no campo e o resultado, seja ele qual for, sempre esconde espancamentos, torturas, depredações que vão muito além dos limites do esporte. Constitui uma ilusão acreditar que os hooligans foram extintos e, no mundo inteiro se sabe que partidas de futebol são apenas espetáculos que ocultam rivalidade radical entre clubes que simbolizam esta ou aquela religião (Celtic e Rangers, na Escócia), esta ou aquela etnia (Estrela Vermelha e Dínamo, na Croácia e Eslovênia), esta ou aquela classe social (São Paulo e Corinthians ou Cruzeiro e Atlético, no Brasil) e outros, muitíssimos outros em todos os continentes. Estes argumentos poderiam suscitar réplicas e então se dizer que o futebol não envolve todos e que rivalidades entre estes ou aqueles grupos não ameaçam a serenidade social. Será? O Nazismo, por exemplo, não evoluiu de simples partido político? Já não houve guerras que começaram após resultados de futebol?

Todas essas observações, entretanto, parecem passar distante da sala de aula e, assim se pensar, que nestas, pode ocorrer a indisciplina, mas o comportamento inadequado não se associa a gangues organizadas. Será?

Você já ouviu falar em bullying? Será que esse procedimento não existe em sua escola, no pátio e nos corredores? Será que uma outra forma violenta e perniciosa de nazismo, não está crescendo debaixo de seus olhos? Será que já não está passando a hora de cortar o mal pela raiz.

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