quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

SÃO PAULO AGORA É NOVA YORK?

A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo não tem poupado esforços para melhorar o sistema de ensino no Estado e não deixa dúvidas em ir buscar fora do país bons exemplos e modelos que deram certo em outros espaços. Graças a uma parceria com o Instituto Itaú Cultural e o Instituto Fernand Braudel, o governo estadual vai aplicar, na rede de ensino fundamental, um modelo de gestão escolar que foi adotado há oito anos pela Prefeitura de Nova York e que vem apresentando resultados excelentes. A aplicação desse sistema não é para toda rede, mas para dez colégios da capital que apresentaram os piores resultados nas avaliações oficiais, e aonde os alunos chegaram a quarta série sem capacidade para ler um texto simples e sem saber fazer as quatro operações aritméticas básicas.

Se a experiência se mostrar positiva, faz parte dos planos da Secretaria de Educação estender progressivamente o modelo para outras escolas situadas em áreas carentes, tensas e problemáticas. Como essa medida é positiva, a presente crônica sintetiza os fundamentos básicos da reforma escolar de Nova York na esperança de que represente uma idéia não apenas para São Paulo, mas todas as escolas em situação de risco, no país inteiro. É evidente que Nova York é diferente de São Paulo e São Paulo é diferente de muitos lugares do Brasil, por essa razão não se propõe um "modelo", antes uma mostra sem compromisso para que, conhecida, possa inspirar adaptações necessária e implantações imediatas. Vamos, assim, aos fundamentos da reforma escolar de Nova York:

·        Salário diferenciado para professores que aceitem se envolver no projeto e estímulos financeiros significativos sempre que gerassem melhoras nos resultado dos alunos:
·        Facilidades financeiras para professores que aceitassem morar próximo ao local de trabalho;
·        Ampliação das prerrogativas dos Diretores, que passam a contar com a liberdade de elaborar currículos, gerar parte dos recursos e demitir professores faltosos, não motivados e que não se envolvam plenamente no projeto;
·        Criação de uma equipe volante de Coordenadores, percorrendo as escolas para avaliar e capacitar professores com dificuldades;
·        Envolvimento de todo corpo docente em programas de fomento a uma cultura de respeito mútuo entre os alunos;
·        Presença de equipe de segurança especifica, com a finalidade de identificar pontos de conflito e áreas de tensão nos corredores, no pátio e no entorno escolar.
·        Avaliação sistemática dos diretores, com estímulos financeiros pelo sucesso ou advertências por desempenho insatisfatório.
·        Criação de da "Academia de Liderança", um programa de treinamento rápido para aspirantes a diretor.
·        Busca de apoio não governamental para recrutar jovens recém formados e universitários que estejam cursando Pedagogia ou Licenciatura para treinar e depois preencher o quadro docente, em disciplinas para as quais é sempre difícil encontrar professores;
·        Definição de metas periódicas claras e possíveis para diretor, professores, alunos e funcionários administrativos da unidade escolar;
·        Avaliações externas para os alunos, realizadas de cinco a seis vezes por ano e encaminhamento dos mesmos com dificuldades específicas de aprendizagem;
·        Esforço de envolvimento familiar, atraindo os pais à escola e contando com a ajuda dos mesmos na aplicação de sanções disciplinares.

Com essas medidas, a violência diminuiu, o aproveitamento escolar cresceu e o clima de abatimento e desânimo foi substituído por um outro, pleno de metas ambiciosas, sempre dispostas a serem superadas. É claro que nem tudo é possível, mas especialistas em "jeitinho", podemos adaptar essas linhas a nossa realidade e pensar que coragem e decisão podem ser sinônimos de esperança.

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